Hoje inaugurou a Collectiva, um projecto que me enche de orgulho! Trata-se uma plataforma independente e loja-galeria no Porto. Surge com o intuito de promover a joalharia portuguesa de autor no feminino.
Baseia-se em critérios de identidade, contemporaneidade e exclusividade, e pretende divulgar o trabalho de designers e marcas portuguesas emergentes, com edições limitadas e peças exclusivas, assim como um programa mais vasto de exposições e eventos regulares.
A Collectiva encontra-se no Centro Comercial Bombarda, no coração da Miguel Bombarda e será também um espaço de reflexão sobre o design e o ato de criação artística, a joalharia portuguesa atual e a relação do produto com o mercado, o público e a cultura urbana.
Ana Bragança faz parte das fundadoras desta iniciativa, ao lado de Joana Santos, Lia Gonçalves, Marta Pinto Ribeiro e Susana Teixeira.
Integram a Collectiva, de forma permanente, as cinco autoras fundadoras da plataforma e, paralelamente, outras marcas na condição de special designer guests. As fundadoras procuram, desta forma, transformar a loja num espaço efetivo de divulgação da joalharia portuguesa contemporânea, tendo como critérios fundamentais de seleção a identidade, contemporaneidade e exclusividade das propostas apresentadas, mas também o processo de criação manual, ou ainda a inovação e experimentalismo de materiais, técnicas e conceitos.
Para o primeiro ciclo de convidadas, contamos com as autoras/ marcas: MATER + Ana João + TelmaDA + Ana Dias + MARIADOVALE
Foto de DINAMO10
A loja física está localizada na loja 5 do Centro Comercial Bombarda, na Rua Miguel Bombarda, conhecida como quarteirão das Artes – ou Porto Art District. É um espaço minimal, com suaves pontos de luz, sem exposição de produtos na montra e uma única mesa colectiva para apresentação das peças, garantindo desta forma que cada marca se distingue estritamente das outras pela singularidade e autenticidade da sua linguagem.
Pare, olhe e toque, é a mensagem que se pretende passar, assumindo que o coletivo é aqui instrumento de identidade.
As Fundadoras & As Designers Convidadas
Ana Bragança Jewellery (1984, Porto)
Contemporaneidade, Arquitetura e Geometria: as três características omnipresentes nas colecções de Ana Bragança Jewellery. Formada em arquitectura, profissão que a levou a viver em cidades como o Londres, Paris e Atenas, Ana Bragança encontrou na joalharia a arte que a completava e à qual se dedicou principalmente desde 2015. Contudo, a arquitectura continua a estar presente nas suas peças, visto que a sua joalharia procura acima de tudo despojar tudo o que é excesso, concentrando-se em em salientar a clareza e a elegância das formas geométricas.
Joana Santos Joalharia de Autor (1986, Porto) Licenciada em arquitetura, olhou sempre para a joalharia com grande curiosidade, razão que a levou, em 2013, a iniciar a sua jornada de descoberta e aprendizagem. Não deixando de transportar todo o conhecimento e experiência da formação original para as suas peças, o seu desenho é minimal e geométrico e inspira-se em formas arquitetónicas, mas também nos movimentos da natureza e na arte, contrastando a racionalidade da linha com a delicadeza da técnica e a imprevisibilidade do detalhe.
Lia Gonçalves Joalharia de Autor (1988, Viana do Castelo) É licenciada em Joalharia e Mestre em Design de Produto pela Escola Superior de Artes e Design (ESAD), de Matosinhos. A partir de uma base clássica, que destaca o processo manual, explora sobretudo linhas geométricas e formas simples, mais contemporâneas. O foco das suas criações, que começa por estar no ‘eu’, propõe a interatividade com o usuário, numa relação que procura os limites entre o corpo habitável e a própria jóia. Servem-lhe de inspiração tanto os elementos exteriores que a rodeiam, quanto o insignificante, o nulo e o intangível. Pode ser uma textura, um movimento, ou simplesmente uma ideia...
Marta Pinto Ribeiro Contemporary Jewellery (1980, Porto). É Licenciada em Artes Plásticas - Escultura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (2005) e Mestre em Gestão Artística e Cultural pela ESE/ Instituto Politécnico de Viana do Castelo (2012). Tem a formação de Técnica de Joalharia pelo CINDOR (2006). Apesar da involuntária aprendizagem e da forte convivência com as técnicas clássicas da ourivesaria, as suas coleções incidem numa mistura harmoniosa entre os conhecimentos empíricos (repassados pelo avô), conhecimentos técnicos (obtidos na escola técnica) e os conhecimentos artísticos (adquiridos pela faculdade de belas artes), culminando numa abordagem contemporânea, sustentada na geometria, assimetria, contrastes e volumes. A matéria-prima adquire as mais variadas formas tendo em conta a versatilidade das ferramentas de trabalho com as quais se mune para a criação das suas peças.
Susana Teixeira (1978, Porto) Originalmente licenciada em Matemáticas, Susana Teixeira concluiu, em 2007, o curso de Joalharia Contemporânea, na Escola Engenho e Arte, no Porto e, desde 2011 está inteiramente dedicada à joalharia. Apresenta coleções fortemente inspiradas na natureza, que refletem a diversidade geográfica que a circunda as sublimes paisagens dos Alpes e a imensidão do Atlântico. Explorando os conceitos de volume, movimento e limite, as suas jóias privilegiam a leveza e o detalhe, através de uma abordagem pessoal da técnica da filigrana e da fundição por cera perdida, sendo a prata o material de eleição.
MATER jewellery tales
Sara Coutinho é licenciada em Design de Produto pela Escola Superior de Artes e Design (ESAD), e Mestre em Design de Ourivesaria pela Universidade Católica Portuguesa - Escola das Artes.
Enquanto designer, procura testemunhar com sensibilidade, objectividade e sensualidade território frágil, e intuitivamente sorrir. O seu trabalho está muito assente no legado histórico, cultural e humano, sendo este a raiz das colecções da MATER jewellery tales, fundada pela própria a 29 de Junho de 2015.
Uma simbiose entre o mundo e o corpo obedecendo a uma métrica, que pelo uso e desgaste ganha movimentos próprios. Cada peça é o resultado de fragmentos do mundo vivido e sonhado. Interpretações geometrizadas que sofrem sucessivas simplificações para que estas memórias permaneçam, através das jóias.
Sara Coutinho
TelmaDA
Arquitecta de Formação, a Telma traz da sua experiência em Roma como arquitecta o gosto pelo protótipo, fazendo-a explorar o material e a forma através da Joalharia Contemporânea.
TelmaDA nasce de um conceito, em que se alia os princípios da Arquitectura ao Design Contemporâneo, numa linguagem única e diferenciadora. Procurando a utilização de materiais alternativos, de origem industrial e associados à construção. A principal inspiração tem por foco a arquitectura, nas suas expressões volumétricas e assimetrias, com cheios e vazios, aliando portabilidade e usabilidade à constante procura de novas soluções estéticas. Estreia-se no segmento Único e Exclusivo da Joalharia mas afirma-se como PURO DESIGN.
Ana João Jewelry
Licenciada em design de produto, Ana João começou por se dedicar à iluminação. Chegada a altura de dar também o próximo passo na joalharia, a designer procurou fortalecer os seus conhecimentos técnicos com várias formações modulares.
A Ana João Jewelry conhece no imaginário da autora a sua maior fonte de inspi- ração. Através da conjugação de cores exuberantes e de materiais improváveis, as personagens criadas pela designer traduzem na perfeição o espírito criativo da rena- scida joalharia portuguesa.
Mariadovale | Joalharia Contemporânea
Esta é uma marca homónima, que surgiu em Viana do Castelo. Alexandrina, Sandra e Júlia Saraiva são as fundadoras, com formação em Design do Produto pela ESTG, e especialização em Moda pelo Modatex e Joalharia pela Engenho e Arte. As peças são desenvolvidas com base na metodologia projectual do design, e criadas através de técnicas “clássicas” da joalharia, resultando assim formas, temáticas e ensaios, que vão sendo desconstruídos e evoluem de encontro ao conceito. O desafio inerente em cada peça é promover algum tipo de sentimento no utilizador, e ao mesmo tempo que sejam peças com sentido estético, mas com uma forte componente comunicativa e provocatória. A finalidade das peças Mariadovale, é que o sujeito olhe para as coisas (materiais e/ou objectos) sem memória, sem ideias preconcebidas, e os trate com igualdade de valor, afinal “O que torna uma pedra preciosa, preciosa?!”
Ana Dias — Architectural Jewellery
Fala para a mulher que valoriza o design e procura individualidade. Com atenção máxima ao detalhe, a autora transforma a prata em peças de joalharia contemporânea simples e delicadas, com resultados numa linguagem despretensiosa e marcante. Ana Dias nasceu em 1988, em Paredes. O interesse pelas técnicas manuais manifestou-se cedo, antevendo o seu futuro nas áreas artísticas. Formada em Arquitetura na Faculdade de Arquitetura do Porto, é no design de joalharia que concretiza o seu forte impulso criativo. Com a espontaneidade e a experimentação como base do seu trabalho, a autora cria joias que materializam a sua visão minimalista e conceptual. Após frequentar os cursos de especialização em Joalharia no Cindor e na Contacto de Autor, Ana Dias encontrou numa viagem à Tailândia as ideias e inspirações que faltavam para criar a sua marca. Fascinada pelas pedras naturais – únicas na sua forma, cor e textura - começou a desenhar. De regresso a Portugal, em 2016, dedicou-se à produção artesanal das suas peças, exclusivas no detalhe e na construção